Economia

Teto do ICMS deve reduzir preço da gasolina em R$ 0,80 no RN

A aprovação do teto de ICMS sobre os combustíveis deve reduzir o preço do litro da gasolina em R$ 0,80, segundo estimativas feitas pelo consultor Dietmar Schupp, a pedido da TRIBUNA DO NORTE.

Dietmar Schupp, que é especialista em tributação do setor, explica que, em média, o preço médio da gasolina deve cair R$ 0,657 por litro no país com o teto de 17%. O impacto final, explica ele, vai variar de acordo com a alíquota atual de cada estado. Em média, a alíquota ICMS é de 27,6% no País.

“No caso do RN, onde a alíquota é de 29% e a redução é de R$ 0,795, ou seja R$ 0,80. As alíquotas de ICMS variam entre os estados, de 25% a 34%”, reforça Dietmar Schupp.

No Brasil, a maior redução no preço do litro será no Rio de Janeiro, cuja alíquota é de 34%. Em contrapartida, o menor impacto será sentido no Amapá, com 25%. “É maior no Rio de Janeiro, que tem hoje a maior alíquota sobre o combustível do país, de 34%”, explana.

O teto do ICMS limita a uma faixa de 17% a 18% a cobrança do tributo sobre combustíveis (gasolina, querosene de aviação, óleo diesel, álcool anidro e álcool hidratado), além de energia elétrica, transporte coletivo e comunicações. O projeto foi aprovado esta semana no Congresso, mas ainda aguarda sanção presidencial.

No entanto, segundo ele, ainda há dúvidas no mercado sobre a efetividade do teto do ICMS. Ele questiona o fato de que a alíquota de 17% se baseia na manutenção dos PMPF congelados desde novembro de 2021. O consultor considera que as novas alíquotas serão cobradas sobre os preços de referência usados atualmente para calcular o imposto.

Além disso, a economia proposta pode ser ofuscada por novos reajustes nos preços dos combustíveis. Nesta sexta-feira (17), após 99 dias, o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, ou seja, um reajuste de 5,2%.

Impactos

O reajuste de sexta-feira (17), dos combustíveis não anula o efeito da redução de ICMS pretendido pelo governo. Mas, como são esperadas novas altas, o impacto do corte tributário pode ser eliminado, avalia Juliana Damasceno, economista da Tendências Consultoria e pesquisadora associada do Ibre-FGV. A alta para a gasolina, por exemplo, será de R$ 0,20 por litro, enquanto as desonerações esperadas pelo governo podem significar redução de R$ 1,65 no litro da gasolina.
“Novos reajustes são previstos para este ano, seja por conta da pressão cambial ou do preço internacional dos combustíveis”, diz Juliana. Ela ressalta que a política de desonerações evita, de certa forma, uma inflação hoje, mas que pode ser devolvida no ano que vem.
Tribuna do Norte

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